18 de jan. de 2011

Era meu passado, naquela caixa.


Passado é como roupa, engordou um pouqinho ou emagreceu, já não lhe cabe mais.
E até que ela possa caber denovo você compará outras,
e com o tempo não lembrará mais daquela peça.
As roupas que não me servem, costumo doá-las, mesmo que em situações precárias.
Alguém precisa delas, muito mais do que minha caveta.
Desse jeito que fantasiei, meu fanático desejo de mundança.
Mantinha uma prática habitual, guardava em uma caixa
em cima do guarda-roupas, meu passado.
Uma caixa que às vezes revirava, jogava umas e outras coisas fora,
algumas guardava pensando que me teria utilidade algum dia.
Só que passado não se encaixa no presente e, eu não percebia isso.
Mas fim de semana passado, pus a caixa, na esquina da minha rua.
Desejando que alguém a pegasse e utilizasse, tudo que não me servia mais.
Porque, não poderia, eu, ser tão egoísta e guardar algo que fizesse
alguém mais feliz, do que me fez.
Por isso doei a caixa do meu passado para que torne-se um presente a alguém.

12 de jan. de 2011

Retalhos

Sempre disse que em mim existe um órgão que é constituído por retalhos.
Assim como aquelas couxas de panos retalhados que minha avó costumava fazer.
Então, dividi esse órgão em alguns grupos: os indiferentes, que se desfazem com o tempo,
os reistentes, que são capazes de durar para sempre.
Só não havia percebido que existe um outro grupo: os insistentes, que atrapalham.
Não sei se por um descuído deles ou minha cobiçada atenção momentânea,
descobri o quanto eles incomodam.
Incomodam pelo fato de ocuparem um espaço onde na realidade deveria estar vazio.
O espaço para futuro, para o que ainda há de vir.
Para isso, eu tenho que extrair, acabar, destruir, esse grupo...
E pensando bem, sei onde eles devem ficar.
Se eles incomodam é porque tem algum sentido na minha vida.
E se alguma coisa tem sentido na minha, deverá ser costurado junto os outros,
os que permanecem,
e que ajudam a construir, perfeitamente, essa grande couxa de retalhos,
que é coração.

6 de jan. de 2011

Quem sabe?


Você pode, da mesma forma que eu, chorar escondido.
Ou procurar cartas antigas que lhe envie, reler uma por uma.
Assim como faço com as suas.
Quando deita sua cabeça no travesseiro tem convicção de que perdemos boas chances.
E que de repente os passos que deixamos pelo caminho tenham se desfeitos,
e que o mapa foi rasgado no penúltimo desentendimento que tivemos,
sendo assim, quase impossível voltar.
O tempo está passando, anos já se foram, lembranças escaparam da memória.
Ou ainda permaneçam no mesmo cantinho, intocável.
O silêncio que habita no espaço entre nossos dois corpos,
pode não ser o mesmo que habita entre nossas almas.
Sei que se pegar no telefone pensando em me ligar, inevitavelmente seu coração vai gritar.
Assim como minhas pernas querem correr sozinhas
para percorrer o caminho em direção a sua casa.
De repente, no próximo verão possamos estar juntos,
longe do calor em meio a neve da Suíssa, ou qualquer outro lugar.
Algum lugar possamos provar que só nosso calor é suficiente para nos aquecer.
Mas, se tudo que eu penso que fazes, você a caso não fizer.
Lembre-se dos bons tempos passados, os que passamos juntos,
porque foram essenciais na minha vida.
E se for assim, deixo meu adeus. E dessa vez, será um adeus diferente dos outros.

4 de jan. de 2011

Eu tenho o melhor de mim.


Não é de costume dissertar sobre o que vou escrever, mas senti necessidade.
Falar do meu cotidiano e como num passe de mágica as coisas mudaram ao meu redor
e de como pude ter esquecido de uma vida contagiante como a minha!

Tinha esquecido da beleza de sorrir espontâneamente.
E ser eu mesma, o tempo todo, todo o tempo.
De poder conhecer as pessoas verdadeiramente, por estar sendo verdadeiro.
De ser livre, e deixar pra trás as coisas ruins que a vida nos proporciona.

Talvez ter tocado a mar, tenha me despertado toda essa sensibilidade, que a tempos não sentia.
Criei laços, me apaixonei, me desmascarei, me senti.
Como eu pude passar tanto tempo dentro de uma mascára lamentando-me e só isso?
Eu sei o porque e sei como. Me acostumei, e tudo o que não pode acontecer é isso.
Eu permiti que todos os meus fantasmas tomassem o meu corpo e imediatamente minha alma.
Duvidei de Deus, chorei mais do que o necessário. E sabe o que isso me trouxe? Nada!
Desperdicei sorrisos, ignorei sonhos e gelei o amor próprio.
Tudo isso pra tentar agradar as pessoas. Mas tentar se igual a elas não é uma boa ideia.
Pelo menos eu, gosto de coisas diferentes, e não gostaria nem um pouco de uma pessoa
do meu lado igual a mim. De mim, já basta eu, o que é MUITO bom!
Sinto necessidade de diferenças, só não imaginava que os próximos tinham essa mesma necessidade.
Transformei o meu eu em outros e, me perdi. Saí de mim.
Contudo, encontrei os pequenos pedaços de simplicidade que deixei pelo caminho, e consegui voltar a mim mesma.
Eu já estava me esquecendo de como é me amar e de como é acordar sorrindo e sabendo que além de você,
você só precisa de Deus!


OBS.: Terei sempre as cores mais vibrantes nos meus dias,
e minha vida será tão doce, quanto o mel de uma abelha rainha!

FELIZ 2011! :)